Sentada aqui, na penumbra desse quarto de hospital, fico pensando nas coisas que senti e que não senti, nas que perdoei e não perdoei, nas que disse e deixei de dizer, nas coisas que guardei e nas que deixei ir ou mesmo descartei. Esse ano tenho vivido tão loucamente, feito locomotiva que atropela tudo o que está à sua frente e não tive tempo de cultivar direito o que plantei no ano passado.
Posso dizer que esse ano tem sido tão atribulado que eu só queria que ele acabasse logo, mas enfim, tudo tem seu tempo e nada adianta querer abreviar o que quer que seja na nossa vida.
Saudades, doença, tristeza, felicidade, abraços, beijos, carinhos, afagos, brigas, desentendimentos, acertos e erros, encontros e desencontros, apoio e consternações, ganhos e perdas... ufa! Haja fôlego prá viver essa vida louca, não?! Tento manter a peteca em jogo, apesar de às vezes parecer que o tapinha não foi forte o suficiente e parece que a peteca quer cair, mas é incrível como quando minha mão falha, sempre me surge uma outra mão prá ajudar a manter o jogo ativo e a peteca no ar.
Sabe, apesar de tantas confusões e dores, eu consigo sorrir, rir e amar, acho que aprendi a puxar a calma quando parece que o barco quer virar. E eu tenho com quem contar quando precisar chorar se a dor for forte demais. Amigos!
É mais como a voz dos meus pensamentos. Minhas inconformidades, meus sonhos, desamores, alegrias e tristezas. São aqueles momentos de solidão no escuro do quarto, quando tudo o que você quer é que o mundo fosse um lugar diferente do que é, que as pessoas pensassem e agissem no coletivo e não no singular, que a prioridade fosse DAR e não RECEBER, que a lágrima fosse de alegria e não de dor. Pare o Mundo Que Eu Quero Descer é mais um grito, o meu grito de dor no silêncio escuro do meu quarto...
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