Sabe quando você sente que vai cair doente? Quando começa a sentir carência afetiva e pinta aquela manha toda de fazer biquinho querendo atenção e afeto? Quando você sente que seu corpo não te obedece e tudo o que ele quer é carinho e uma cama prá descansar?
É desconfortante a dor no corpo, mas o apelo afetivo é tão imperativo que a dor fica em segundo plano e até mesmo é mais uma arma chantagista de se obter a atenção requerida.
O corpo mole e dolorido, a voz rouca, rasgada e distante. Os olhos apelativos, longes e lacrimejantes, a pele que arde como fogo renovador. As forças minguadas e desesperançosas, os lábios ressecados e murmurantes... a febre, febre de carinho e atenção.
O corpo fraco, debilitado pela gripe ainda arranja forças para se dirigir até os braços acolhedores que se abrem em sua direção. Ah... é tão ruim ficar doente e ao mesmo tempo tão prazeiroso e acolhedor!
É mais como a voz dos meus pensamentos. Minhas inconformidades, meus sonhos, desamores, alegrias e tristezas. São aqueles momentos de solidão no escuro do quarto, quando tudo o que você quer é que o mundo fosse um lugar diferente do que é, que as pessoas pensassem e agissem no coletivo e não no singular, que a prioridade fosse DAR e não RECEBER, que a lágrima fosse de alegria e não de dor. Pare o Mundo Que Eu Quero Descer é mais um grito, o meu grito de dor no silêncio escuro do meu quarto...
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