segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Menino Travesso

Hoje não foi diferente, acordei, sem vontade de sair e nem se quer ver a luz, mas fiz um pequeno esforço e me levantei, ao ver meu rosto no espelho, me deparei com olhos inchados. Deplorável!
Essa não era eu... não podia me aceitar assim, ficar com pena de mim!
Me decidi que não iria mais sentir pena nem de mim e nem de meu amigo que partiu! Ele era uma pessoa muito alegre prá que eu me senti-se desse jeito e deixa-se a tristeza ser imperatriz de mim. Tomei um banho e resolvi colocar uma roupa velha, básica de cotidiano. Quando abri a janela, o sol brigava por sair entre as nuvens... eu também deixaria meu sol brigar por espaço. Ao me olhar novamente do espelho, vi um rosto matreiro, moleque. Eu estava com um jeito de moleque, eu estava me sentindo um moleque, achei isso engraçado e sorri, depois do sorriso um riso e depois uma gargalhada... e eu já me sentia melhor, bem melhor.
Não me sentei à mesa para o café, apenas peguei uma bolacha e corri pro fundo do quintal, onde eu tinha uma bola esquecida, apanhei a bola e corri prá rua. O Luan, Francis, Zequinha, Takeo, Gabriel e Lucas já estavam nas suas traquinagens e eu perguntei se podia me juntar a eles. Olhares estranhos, mas meu jeito moleque não esperou uma resposta e jogando a bola desafiou. Passei um bom tempo jogando bola, correndo descalça na rua, rolando no chão, empinando pipa, comendo doce e limpando a mão na calça jeans velha... ninguém me interrompeu no meu despertar moleque e eu posso dizer que isso foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido para me despertar e lembrar que a vida não espera você terminar sua dor, derramar suas lágrimas, gemer o seu pranto e só depois pensar em voltar a viver. A vida prossegue e se você ficar trancado no quarto chorando suas dores, ela passa e você deixa momentos de felicidade, alegria, descontração e encanto passarem por você, porque você estava muito preocupada em sofrer. O menino travesso veio me tirar do meu pranto e eu vou manter ele comigo sempre que eu puder, porque eu sei que mesmo não estando mais aqui, em matéria, estará em espírito.

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